Nada posso eu fazer.
E nada quero.
Vais aprender com a vida,
Que amor assim se valoriza.
Não se desperdiça.
Nunca direi que outro não encontrarás.
Nunca aceitaste ouvir tal asneira.
Mas há de ser que errante, às eiras…
Tenhas saudade de alguém,
Que um dia lhe quis tão bem.
Muito tentei, mas nada pude ensinar.
A vida há de melhor tentar…
Seus passos dispersos, tardios, incertos…
Vacilantes a luz do luar.
Parece-me que nunca hás de acertar.
Outrora, sorrisos felizes, marotos…
Agora, sorrisos insossos e rotos.
Vai-se o bem querer…
Resta o querer bens.
O triste fim de uma oração sem amém.
Algo de fato sincero,
Parece não ser realmente eterno.
Quanto mais se ama,
Mais o coração se engana.
A alma, contudo, deseja as ilusões.
Doces ou amargas…
Não importa à alma arrebatada.
Mas as doces ilusões…
São amargas manifestações do amor.
Quem há de fugir do seu ardor?
Restam as mágoas,
As muitas razões…
De um lado e de outro,
Tantas argumentações.
E para que servirão?
O que a cabeça inventa,
A alma não aceita nem aguenta…
Sem lógica nem opinião,
O coração só quer o amor,
Quer a emoção.