Minha terra tem ciclovias,
Mas que podem desabar;
Domingo saio à passeio,
Mas não sei se vou voltar.
Nossas obras custam caro,
Nossos políticos causam dores,
Nossos bolsos mais vazios,
Nossas vidas dessabores.
Bem cismado ando à noite,
Sem saber se vou chegar;
Nossa terra tem perigos,
Que bem podem me matar.
Nossa terra tem engenheiros,
Quem lhes dera trabalhar!
Em minha terra há propina,
Que nos impede de avançar.
Não permita Deus que eu morra,
Enquanto estou a desfrutar,
Dos primores desta terra,
Enquanto avisto as palmeiras,
Onde canta o sabiá.
(Em memória a queda da ciclovia Tim Maia, em 21/04/16, no Rio de Janeiro)