Com o tempo, o tom da voz e o volume da música abaixa. A discrição começa a ser apreciada. Para gritar há hora e contexto adequados. Nem tudo merece destaque.
Com o tempo, as respostas requerem alguns segundos para serem dadas. Vê-se a necessidade de pensar antes de responder. E algumas perguntas sequer merecem mais ser respondidas.
Com o tempo, aplaudimos menos – muito menos de pé. Nem tudo é espetáculo e algumas coisas, ainda que sejam, estão longe de merecer aplausos. E entendemos isso.
Com o tempo, o próprio tempo passa a ter mais valor, pois, afinal, já não temos mais tanto tempo assim para desperdiçar. E aprendemos que nem tudo merece nossa atenção.
Com o tempo, vai-se a vaidade, que não encontra mais a beleza exterior em que possa se alicerçar, e ficam o amor próprio e o cuidado com a alma. Essas duram para sempre.
Com o tempo, entendemos melhor nosso valor, nossa missão e nosso próprio tempo aqui na terra.
E isso tudo acontece não pelo avançar da idade, mas pela chegada da maturidade. Essa grande riqueza que a alguns encontra cedo, a outros mais tarde… mas a alguns jamais encontra.