Certa vez um homem náufrago refugiou-se em uma pequena ilha que avistara. Chegando lá, não viu nada senão uma bananeira com um único cacho. Olhando ao redor e não vendo mais nada, pensou consigo mesmo: Comerei estas bananas e então morrerei. Me resta apenas comer uma por dia, para viver o máximo que puder. Minha única esperança é um resgate.
Todo dia o homem saía debaixo de um pequeno abrigo, que encontrará sob uma pedra, ia até a bananeira, comia uma banana, depois saia reclamando e praguejando pelo caminho:
– Deus, será que tu não vês esta minha situação?! Eu não tenho nada! Perdi tudo naquele naufrágio miserável! Estou aqui condenado à morte! Quando serei socorrido?! Esta desgraça, esta maldição acabou com a minha vida! Estou impotente assistindo a minha miséria nesta ilha maldita! Não existe homem mais desafortunado do que eu! O que fiz para merecer isso?!
E assim foi pelos poucos dias em que as bananas puderam alimentá-lo. Ele comia uma banana, depois gastava todo o tempo disponível para praguejar contra os deuses, a vida e contra a própria sorte.
Até que chegou o dia da última banana. A qual ele comeu e, no seu pranto, prostrou-se no chão a chorar. Pela primeira vez não seguiu pelo caminho praguejando e, neste momento, pode ver que não estava só naquela ilha.
Havia um outro homem, ferido, que também chegara a ilha pouco tempo depois. Ele vinha rastejando todos os dias para comer a casca da banana que era descartada por aquele que praguejava noite e dia. Mas este, em pior situação, sentia-se grato pela casca da banana que não alcançaria se não fosse aquele homem revoltado, mas em perfeita saúde, que gastava seu tempo a reclamar ao invés de tentar transformar sua realidade em algo melhor.
Qual tipo de homem você é, do tipo que pragueja ou do tipo que luta e sente o poder e o conforto da gratidão?
História que ouvi muitas vezes do meu pai, quando era criança. Não conheço o autor. Me deixou grandes lições, mas não as comentarei. Deixarei que você encontre as suas liçoes.