Não importa o que és, mas sim o que aparentar.
Não importa o que tens, mas sim o que ostentar.
A era das redes sociais é a era da ostentação.
Corpo, dinheiro, viagens, fama e reputação.
O que você tem para ostentar hoje?
O que você tem para postar hoje?
Hoje vivemos a síndrome do pavão,
Todos querem parecer bem maiores do que são.
Quando acreditares que não és suficiente,
Com o que pensam de você ocupares a tua mente…
Quando em busca da sonhada liberdade,
Fores escravizado por teu próprio anseio e vontade…
Quando iniciares uma viagem ao sol,
E em pleno vôo insano, colidires com o paiol…
Quando almejares a realização de algo lúdico,
Algo distante e abstrato, asqueroso e impúdico…
Tudo isso em nome de uma beleza efêmera e indefinida,
Como toda beleza é… passageira e sem vida…
Então, se puderes ver a maquiagem em teu sorriso,
Saberás que em nome da aparência tu, de fato, estás perdido.
Sonhaste como Narciso, barganhaste como um Ciclope.
Decadência eminente para quem almeja viver da sorte.
Enquanto cego sonhas, devaneios e vaidades,
O curso do rio te leva para a grande queda da realidade.
Quanto vale teus valores frente a fama que podes ganhar?
Quanto vale teus tesouros frente aos amigos que podes comprar?
Seguiremos o curso da glória, de onde se louva a forma,
O corpo que se molda e a foto que se posta.
Palavras são sempre vazias…
Logo, mais valem as imagens, cheias de cor e alegria!
O gosto da cor e da forma são bem mais atraentes,
Bem mais saborosos que a da tola mania de usar tua mente.
Se teu tempo desperdiças com palavras e pensamentos,
Tu és um entojo chato, anti-social, feio e agorento.
Vejo que em tuas palavras há tristeza e solidão,
Assim são as palavras, sempre cheias dessa coisa de emoção.
Não sabe viver aquele que pensa sempre e demais?
Sua vida é um eterno padecer, quem pensa nunca se compraz?
Mas então se tens na aparência tua grande satisfação,
Por que te encontro triste, em mágoas e solidão?
Afinal, será que os famosos não choram?
Será que por terem milhões de amigos, os populares também não choram?
Se a vida das aparências fosse como pinta teu falso retrato,
Para todos os problemas teríamos nela respostas de fato.
Mas não é assim, como nos prova a realidade.
Somos todos iguais, não importa a fé, corpo, cor, coração ou idade.
Guardemos nossos reais tesouros: amizade, amor, família e valores.
Ou cairá nosso castelo e sentiremos fortes dores.
Para te protegeres desses males que a muitos abate,
Proteja teu coração destas tolices que os invade.
Ostentar, como muitos fazem, pode até ser bem legal.
Mas construir uma vida de verdade será bem melhor no final.